Em busca da voz perdida

 
COLUNA ANPOF - EM BUSCA DA VOZ PERDIDA
Por Manoel Pereira Lima Junior, doutorando em Filosofia na UFBA e prof. da rede pública do Estado da Bahia
 
"Quais conhecimentos têm feito parte da agenda acadêmicas e quais não?; conhecimento de quem?; quem é reconhecido como portador de conhecimento e quem não é? Em função disso tudo, é preciso levantar a nossa voz. É preciso recuperar esse eco infinito, que ressoa desde nossos ancestrais. É preciso dizer mais uma vez que os espaços acadêmicos não são neutros e que são espaços brancos onde o privilégio de fala tem sido negado para as pessoas negras (p. 50). Por assim dizer, é preciso inventar uma nova gramática (e isso já está em curso) capaz de suprimir as injustiças epistêmicas sofridas por pessoas não-brancas. Uma gramática capaz de suprir as lacunas hermenêuticas que esvaziam as experiências de pessoas não-brancas. Só assim poderemos imaginar outro futuro diferente do que está aí, outra realidade na qual eu possa “perder de vez tua cabeça” e “minha cabeça perder teu juízo”. Afasta de mim esse cale-se."